3 de junho de 2016

Resenha: O Penúltimo Capítulo - Clarice Pessato

3 de junho de 2016
Título: O Penúltimo Capítulo
Autor: Clarice Pessato
Páginas: 208
Edição: 1ª
Editora: Imprensa Livre
Ano: 2014
Gênero: Autobiografia



Sinopse: Ao referir-se a capítulos a autora faz uma alegoria como se a vida fosse um livro esperando um último capítulo com final feliz, Clarice, uma jovem ativa e cheia de sonhos, vê sua vida se transformar quando foi vítima de um acidente automobilístico que a deixou tetraplégica. 
Ela conta a história da luta contra a tetraplegia e a discriminação e que, pela fé, venceu o sofrimento e a falta de respostas, recebendo a capacidade para superá-los. Também mostra como Deus pode usar até mesmo as experiências mais dolorosas de nossa vida a fim de levar-nos para mais perto d'Ele e executar seus propósitos em nós e através de nós.

"Numa bela manhã ensolarada de domingo do mês de julho de 1981, estava sentada no degrau da calçada ao lado da minha casa, olhando a natureza, contemplando a beleza do céu, sentindo o calor do sol, quando de repente, com seu cavalo branco, o príncipe chegou, levou-me consigo e fomos felizes para sempre!

É assim que sonhamos, mas nem sempre é assim que acontece."


A tetraplegia é uma paralisia que afeta todas as quatro extremidades, juntamente à musculatura do tronco. À impossibilidade de mover os membros, em grau variável, distúrbios da mecânica respiratória.
As tetraplegias são um sintoma, entre os tantos, de doenças neurológicas muito graves que compreendem lesões do cérebro ou da medula espinhal.

Infelizmente, nos dias atuais, ainda há preconceito e discriminação da parte das pessoas para com o cidadão que possui uma deficiência física, como por exemplo, a tetraplegia. 
Vemos as barreiras que portadores de deficiência física enfrentam em relação ao processo de inclusão social. Em pleno 2016. Isso me entristece muito. Ao começar pelas más condições das vias de acesso público e privado. 
Acredito que a palavra 'deficiência' seja um termo inadequado, já que leva consigo uma carga negativa. A própria palavra promove o preconceito.
A falta de olhar o próximo, apenas um sorriso sincero, um cordial bom dia ou boa tarde. Simples gestos como este, que não custam tempo nenhum, já fariam uma grande diferença.
Tudo isso, muitas vezes, leva o cadeirante a fechar-se em seu próprio mundo. 

No livro da autora Clarice Pessato refletimos muito sobre tudo isso. E aprendemos coisas valiosas. 
Nesta autobiografia, a autora nos conta como foi passar por esta terrível experiência , e como venceu o sofrimento e a incessante busca por respostas através de sua fé.
Conta-nos, ainda, trechos importantes de sua vida antes do acontecimento, seus sonhos e aspirações, sua relação com a família, e como foi sua adaptação à nova vida.
A escrita da autora é de fácil linguajar. Bem fluida. O que contribuiu para que minha leitura iniciasse de manhã e terminasse à noite.

Novembro de 1981. Domingo. Aquele foi o dia que mudou completamente a vida daquela jovem cheia de sonhos e planos.

Quando Clarice acordou numa cama de hospital, ainda tentava recuperar a consciência.
À partir daí, uma nova realidade faria parte de sua vida e de seus familiares.
A notícia que ela ficara tetraplégica abalou a vida de todos. Fadada a passar o resto de seus dias em uma cadeira de rodas, Clarice jamais imaginaria que ela e sua família encontrariam tantos "anjos" no caminho.
Em sua luta pela recuperação, Clarice e sua família passaram por muitos momentos difíceis.

Com vagas lembranças de detalhes de como tudo veio a acontecer, ela foi se recuperando vagarosamente. Seu entusiasmo pela vida jamais abalou sua confiança e, principalmente, sua fé.
À partir do momento em que Clarice aceitou Jesus em sua vida, tudo pôde fazer sentido. Ela compreendera qual seria sua missão na Terra.
Naquele dia, cansada, se sentindo como que se fosse um peso no mundo e sem respostas, Deus falou com ela. 

Depois de se converter, Clarisse retomou seus estudos com entusiamo. Passou adiante seus conhecimentos bíblicos e até ensinou à crianças.

"Gostava de ensinar sobre a borboleta, comparando o ciclo de vida deste inseto com a nossa vida. Antes de se tornar uma borboleta ela é uma lagarta. Nós somo pecadores e precisamos nos transformar, como uma lagarta. Quando aceitamos Jesus, uma casulo é construído para ocorrer a metamorfose, a mudança de vida, então saímos do casulo como borboletas. O mais importante é que, além de embelezar a natureza com seu colorido, as borboletas a embelezam, espalhando sementes que produzirão flores, e nós precisamos espalhar sementes, que são a palavra de Deus, para embelezar a vida de outras pessoas também."

Tenho plena certeza de que Clarice foi abençoada com o dom divino de levar suas palavras de conforto ao mundo. E não foi por acaso que seu livro chegou até minhas mãos.
A história de Clarice mudará sua forma de pensar e aceitar as coisas, assim como mudou a minha.

"A maioria das atividades às quais ocupamos nosso tempo e gastamos nossa energia são coisas que não permanecerão. Ninguém sabe quando Deus vai decidir nos leva para estar com ele. Então quero investir meu tempo e minha energia em algo que dure. Por isso é importante pensar em cada dia como se fosse o último dia."




"Muitas palavras escritas aqui foram regadas com lágrima, mas com o objetivo de abençoar e frutificar."

Gosto de autobiografias porque me dão a oportunidade de pesquisar sobre muitos fatos e lugares mencionados pelos autores. Acredito que isso torna a leitura mais dinâmica e acabamos nos aprofundando mais na história.
E com "O Penúltimo Capítulo" não foi diferente.

Saiba mais sobre a autora e sua obra nas redes sociais:






4 comentários:

  1. Olá!
    Acho o tema do livro muito útil e necessário para os dias de hoje, principalmente em relação ao preconceito com deficientes e tal, muito legal também a autora fazer em forma de uma autobiografia. Mas, por conter religião, não leria. Sou muito cética em relação a isso e não conseguiria seguir em frente com a leitura.
    Beijos.

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  2. Que livro lindo! Adorei, resenha ótima!!

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  3. Oi Lullys, sua linda, tudo bem?
    Que história linda não só de superação, mas de renovação e fé!!! Adorei a comparação que ela fez da borboleta com a nossa própria vida. Sempre gostei do que as borboletas significam. E concordo com você, pouquíssimos lugares estão adaptados para cadeirantes, a realidade deles é triste pelo descaso da sociedade. Então, ver como a autora venceu e hoje é feliz, encheu meu coração. Não vejo a hora de ler. Adorei sua resenha!!!!
    beijinhos.
    cila.
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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  4. Olá... tudo bem???
    Geralmente não leio livro autobiográfico... porém não posso deixar de ressaltar a grandeza deste... achei a capa linda e perfeita e parece que a autora tinha muito a dizer e ela conseguiu através deste livro. Eu fico indignada com a falta de respeito que as pessoas tem com os deficientes físicos, principalmente nos transportes públicos, enfim acho que principalmente essas pessoas deveriam ler esse tipo de história para que eles possam entender o que se passar com uma pessoa nestas condições, que são limitadas, mas são pessoas como qualquer um de nós e merecem respeito... eu não sei falar ou discutir sobre estes assuntos, mas eu acredito que deveríamos ter mais respeito com o próximo independente de sua condição social ou física... Xero!

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