15 de setembro de 2016

Entrevista: Autor Daniel José de Carvalho

15 de setembro de 2016
Hoje, quem nos conta um pouco mais sobre sua carreira e seus livros é o autor do livro O Fracês (resenha aqui). O brilhante Daniel José de Carvalho.

Daniel nasceu no dia 13 de Novembro do ano de 1937, no bairro de Santana, na cidade de  São Paulo. Atualmente, vive em Piracicaba. São Pulo.
Pai de quatro filhos e avô de oito netos, também tem dois bisnetos. Já viajou o mundo e conheceu milhares de pessoas, as quais lhe deram inspiração para a construção da maioria dos personagens de seus romances, como o próprio autor nos conta abaixo. Então, vamos conhece-lo melhor!



Sou Administrador de Empresas aposentado. Fui casado durante 52 anos, até que minha esposa, Neusa, faleceu há quatro anos.
­Viajei muitas vezes a trabalho, permanecendo longas temporadas em diversos países da Europa, Ásia, África, América do Norte, América Central, América do Sul e também pelo Brasil. Essas viagens me deram a oportunidade de conviver com muitas famílias e pessoas de outras culturas, enriquecendo meu conhecimento da natureza humana o que muito me ajuda na composição dos personagens de meus romances.

Então seus personagens são inspirados nas pessoas que conheceu em suas viagens?

— Os meus personagens afloram de três fontes de meu subconsciente:
— Das lembranças de minha infância;
— De personagens que me sugestionaram nos romances, nas histórias em quadrinhos, no cinema e e nas novelas de Tv;
— Do fascínio pelas biografias de pessoas que venceram na vida superando grandes dificuldades.

Como é a preparação para a escrita dos seus livros?

Começo com esboços feitos à mão livre em forma de balões (como aqueles das falas de personagens de Histórias em Quadrinhos). Em cada balão descrevo uma situação imaginada. — — Depois, por meio de setas, interligo os balões definindo o que acontece antes e o que acontece depois. Posteriormente, vou desenvolvendo as cenas, os personagens, os cenários e subdividindo tudo em capítulos a partir dos balões originais.
Terminado o texto, faço uma revisão para eliminar eventuais incoerências e corrigir erros gramaticais.

Um de seus romances que tive a oportunidade de ler foi “O Francês”. À propósito uma história fascinante!
Gostaria que falasse um pouco mais sobre esta obra e sobre como foi o processo de desenvolvimento da história.

Este romance conta uma incrível história de amor entre um francês e uma descendente de indígenas tupi-guarani. Esse grande amor é brutalmente interrompido para ressurgir com todas as forças depois de 272 anos.
Uma parte desse caso de amor se passa no município de Carvalhos, no Estado de Minas Gerais, no ano de 2013. A outra parte se passa no Arraial dos Franceses, na Capitania de Minas Gerais, no século XVIII.
Yara e Adrien, Jean e Karina, os protagonistas dessa história, passam por situações inacreditáveis, tanto na atual Carvalhos de 2013, como no Arraial dos Franceses da época do Brasil Colonial.
O “Mon Journal”, um estranho diário, desaparece misteriosamente no ano de 1741, no Arraial dos Franceses, para ser encontrado apenas no ano de 2013 em Carvalhos. Tal diário é o elo que esclarece a relação entre os dois casais de épocas tão distantes e tão diferentes.

Em 2012, eu fui conhecer Carvalhos-MG a convite de uma família que é daquela cidade. Fiquei lá por uma semana e conheci diversas regiões pitorescas, entre elas o Distrito dos Franceses, que foi uma região de garimpo de ouro, onde predominavam os franceses, daí o nome “Arraial dos Franceses”. Um amigo me sugeriu que escrevesse um romance que se passasse em Carvalhos. Eu gostei da ideia e, ao voltar a Piracicaba, comecei a dar forma à história.
Depois de um ano voltei à cidade para fazer pesquisas e desenvolver a história.

 Conte-nos, como foi que se tornou escritor?

Quando criança, meus pais me presenteavam constantemente com livros de histórias. No início, eles liam para mim em voz alta. Até que a vontade de conhecer mais histórias tornou-se tão grande que eu não tinha mais paciência de esperar por eles e comecei a ler livros e Histórias em Quadrinhos, sem ajuda de ninguém. Na adolescência, comecei a ler romances de aventuras. As ilustrações coloridas já não faziam tanta falta.
O desejo de escrever histórias foi surgindo aos poucos em minha vida. Entretanto, a vida sempre agitada não me permitia dar vazão a esse desejo. Durante uma madrugada de 2006, com a vida já menos agitada, eu senti um impulso vindo de meu interior. Pus-me, então, a imaginar uma história. Pela manhã, tratei de desenvolver a sinopse do meu primeiro romance, o “ACONTECEU NO SÉCULO VINTE”. Ao escrevê-lo, descobri um mundo novo de prazer e satisfação.

Quais os fatores que você considera necessários para escrever?

­Gostar de histórias em geral, seja nos livros, no cinema, no teatro, nas novelas de TV, ou nas Histórias em Quadrinhos. Gostar de redação e ter bom conhecimento de gramática e literatura.

Qual é a maior dificuldade na hora de escrever?

Para criar um personagem, o romancista precisa vivenciá-lo. Precisa pensar como se fosse ele. Ou seja, para descrever uma criança é preciso sentir-se como uma criança, para descrever um facínora é preciso sentir-se como ele. Nessa linha, o mais difícil para mim é dar vida a personagens femininos.

Há algum de seus personagens com o qual sinta mais afinidade?

Lucius, um personagem coadjuvante do romance Vila Citrus. É um personagem misterioso do tipo que eu gosto de criar.

—  Influencias literárias?

Li diversas obras dos autores abaixo, mas estou indicando a obra de cada um deles, que mais me impressionou:
  • Edgard Rice Burroughs                                Tarzan - Obra completa
  • Alexandre Dumas (pai)                                 O Conde de Monte Cristo
  • Charles Dickens                                            As Aventuras do Senhor Pickwick
  • Franz Kafka                                                  A Metamorfose
  • Sidney Sheldon                                             O Outro Lado de Mim (auto biografia)
  • Machado de Assis                                         Contos Fluminenses
  • Mark Twain                                                   As aventuras de Tom Sawyer
  • Monteiro Lobato                                           Caçadas de Pedrinho
  • Júlio Verne                                                    Viagem ao Redor da Lua

— Neste espaço, sinta-se à vontade para falar sobre suas obras e convidar os leitores a conhecê-las.

2007 - ACONTECEU NO SÉCULO VINTE (Editora Baraúna)
São três histórias que se desenrolam no Brasil em diferentes épocas do Século Vinte. Aos poucos, o leitor percebe as fortes relações entre as três histórias, até um final surpreendente e emocionante.
2008 - DUAS VIDAS (Editora Baraúna)
Dois seres de outra dimensão recebem a tarefa de destrocar as essências de dois habitantes da Terra. Para isso, eles assumem corpos humanos e fazem contato com os dois terráqueos.
2009 - VILA CITRUS (Editora Baraúna)
Um feiticeiro, uma seita satânica e um grupo de desordeiros infernizam Vila Citrus. É uma história intrigante que leva o leitor a sentir-se envolvido pelos mistérios de um pequeno município dedicado à citricultura.
2010 - OS PRECONCEITUOSOS (Editora Baraúna)
Um romancista entra em contato com seus próprios personagens criando situações inusitadas. Dois casais apaixonados precisam lutar contra seus preconceitos para ficarem juntos.
2011 - VIKING (Editora Baraúna)
Habitantes de um planeta distante entram em contato com os predecessores dos vikings, no ano 200AC. O romance leva o leitor a pensar nos grandes problemas da humanidade.
2012 - O DESPERTAR DE UMA CIDADE (Editora Baraúna)
É a história de um grande amor iniciado em 1895, entre um jovem paulistano e uma jovem inglesa que vem a São Paulo com sua família, pois seu pai seria o engenheiro responsável pelas obras da Nova Estação da Luz.
2012 - SOMBRAS NA PAREDE (Editora Baraúna)
Em 1897, na antiga Hollywood, um fotógrafo adquire o equipamento de cinema que acabara de ser inventado pelos irmãos Lumière. Ao conhecer uma trupe de artistas de circo, ele decide filmar com eles a peça “Jack e o Pé de Feijão”.
2013 - JAMBALAYA (Editora Baraúna)
Um tradutor inglês-português se apaixona pela letra da música Jambalaya e vai à Luisiana para vivenciar os impulsos que levaram o compositor à criação dessa obra.
2015- O FRANCÊS (Editora Pandorga))
Um diário escrito no século XVIII descreve um grande amor entre um francês e uma índia. Esse amor só terá um desfecho quando o diário cai nas mãos de outro casal no ano de 2013.
2016 - TIM ATLAS NA MONTANHA DAS HARPIAS (Editora Coerência)
Tim Atlas embrenha-se nas selvas de Rondônia para resgatar três jovens de um cativeiro na cidade de Huaka, no topo da Montanha das Harpias.

—  Soube que há novidades saindo do forno... (risos) Pode nos adiantar algo à respeito?

Depois de ter lançado TIM ATLAS E A MONTANHA DAS HARPIAS, na Bienal de São Paulo de 2016, estou escrevendo duas novas obras: ASSIM ESCREVO MEUS ROMANCES e TIM ATLAS E O RASTRO DO GIGANTE.
  
— Foi um prazer tê-lo como entrevistado aqui no Estante. Gostaria que deixasse suas considerações finais.

Agradeço à Luana por ter me dado esta oportunidade.
Quero dizer aos seguidores da ESTANTE DA LULLYS, que, para mim, escrever ficção é, antes de tudo, um grande prazer pessoal. Depois de terminar um livro, minha segunda satisfação e saber que alguém o leu. Gosto de conhecer a opinião das pessoas sobre o que escrevi, mesmo quando essas opiniões não são favoráveis, pois elas são úteis para que eu possa melhorar meus próximos trabalhos.
Portanto, se vocês vierem a ler meus livros, não deixem de comentá-los através dos links

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Abraços a todos!







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